Recortar a foto – o último é o Sérgio Muylaert
Foto: https://www.iabnacional.org.br/
SÉRGIO MUYLAERT
Natural do Estado do Rio de Janeiro, nascido em 17 de outubro de 1944.
Aprovado nos vestibulares para Ciências Econômicas, da antiga Universidade do Brasil (UFRJ) e para a Faculdade de Direito (UFF), em 1965, veio a exercer a Advocacia, de 1969, quando bacharelou-se.
Em 1974, transferiu-se para Brasília – DF, onde permanece no exercício da Advocacia e da literatura poética.
MUYLAERT, Sérgio. Veias da tarde: trigais do tempo – poemas.Brasília, DF: Gráfica do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, 1982. S. p. 13 x cm.
Ex. doado pelo livreiro José Jorge Leite de Brito.
POEMA PARA UM VELHO AMIGO
‘”Las agua saladas me piden
un verso con forma de barca”
(Juana ded Ibarbourou)
Estrela
estrela misteriosa:
A noite aprende em ti
o verbo do sangue
na lágrima perpétua
que orvalha.
Singular encontro
de tudo.
Semeadora voz de oceanos
cedo abandonaste o porto
meteórica flor alçada
do pétreo chão
no sal da agonia.
VEIAS DA TARDE
Tarde azul madura
figos que porejam
sol dourado bate
seios de mulher
árvore de espasmo
gesto singular
nuvem de desejo.
O bisturi retalha minhas veias
doce sinfonia
de semicolcheias
o olhar se aguça
no poente fito
irônico luar
úmido de estanho
vem e se debruça
em meu ombro aflito
morte súbita nos trigais.
ESCARAMUÇAS
O peito forte
a caixa aberta
o caso vem
o fato sem
o espelho além.
A torpe sorte
o vaso parte
o sangue jorra
o corpo vaza
quieta a casa
a fome aperta.
Da faca o porte
à dor do corte
o frio a forra
a cobra o bote
a morte certa.
*
(...)
*
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Página publicada em abril de 2021
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